O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Flávio Stringueta, usou as redes sociais na manhã desta quarta-feira (12) para criticar sua saída da diretoria da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na qual permaneceu durante seis anos.
Ele foi remanejado para a 2ª Delegacia de Polícia, do bairro Carumbé na última terça-feira (4).
Stringueta disse que até terça-feira (11) não havia sido comunicado pelo atual delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco, do porquê da transferência.
Segundo ele, sua remoção da GCCO foi feita de forma autoritária, para atender interesses pessoais e teria participação do secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas.
“Até ontem, terça-feira (11), o nosso Delegado Geral não teve a decência, consideração, ou mesmo delicadeza, de me chamar para uma conversa sincera sobre o ocorrido. Agiu com covardia, transferindo a sua responsabilidade para o Dr. Veiga, que hoje acumula as Diretorias de Atividades Especiais e Metropolitana, e que me afirmou que não tem o que me informar sobre o porquê dessa remoção repentina de uma unidade de elite da PJC/MT para uma indesejável pela maioria dos policiais (2° DP), dando-me a convicção de que foi um ato com motivação pessoal, totalmente desprovido de interesse público”, criticou.
“As digitais do Secretário de Segurança Pública de MT aparecem reluzentes nessa redoma que encobre a real motivação para explicar o inexplicável, o que nos remete aos tempos negros da pior ditadura militar vividos neste país, condição de vida que até me dá saudades, onde os direitos da população eram extremamente limitados”, afirmou.
O delegado ainda declarou que atual Governo e a Secretaria de Segurança não permitem que sejam contrariados.
Disse que depositou esperança no delegado geral, Fernando Vasco, mas que se decepcionou profundamente.
Afirmou ainda, que o secretário de Estado Rogers Jarbas não mostrou a que veio.
“Não pensava em me perpetuar na titularidade da GCCO, mas esperava ser tratado com um mínimo de respeito, direito de qualquer servidor. Triste, covarde e autoritária a conduta do DG Fernando Vasco, em cuja pessoa eu cheguei a depositar expectativas de uma mudança na forma de agir e pensar da diretoria da PJC/MT, e me decepcionei profundamente. Entra diretoria, sai diretoria, as condutas se repetem, o que acaba me tirando a esperança de ver uma forma dinâmica e corajosa de gerir a nossa instituição. Continuam provincianas”, disse.
“Eu não me curvarei aos desmandos de pessoas que se mostram, com suas atitudes, despreparadas para as funções que desempenham, no caso o Dr. Fernando Vasco e Dr. Rogers Jarbas. A propósito, este último ainda não nos mostrou qual foi a vantagem que a PJC/MT teve em ter um Delegado de Polícia como Secretário de Segurança Pública. Creio que nem a PM/MT sabe nos informar alguma vantagem em ter um policial na mais alta posição da segurança pública de um estado”, relatou.
Ao final, Stringueta disse que a remoção da GCCO, sem explicação, não vai derrubá-lo.
“Se a intenção desse ato de remoção compulsória era me derrubar, informo que já aprendi a cair e me levantar mais forte. Não foi a primeira vez que fui tratado assim por nossos administradores, e infelizmente creio que não será a última”, pontuou.