13/11/2017 às 14h22

Sem provas: Ministro vê “cogitação” de Nadaf e arquiva investigação de caixa 2 contra governador

Política

A decisão é do ministro do STF Luiz Fux, que entendeu não haver provas contra Taques (Editora Fórum)

O governador Pedro Taques (PSDB) não é mais investigado pela suspeita de prática de caixa 2 nas eleições de 2014. Em maio deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux acolheu o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) e arquivou a investigação oriunda de uma denúncia feita pelo ex-secretário da Casa Civil Pedro Nadaf, em seu acordo de delação premiada. O ministro considerou o caso como “cogitação” e sem provas.

A menção a Taques se deu no Termo de Declaração nº 45 (Anexo XLV) da delação de Nadaf, homologada por Fux. “Arquivamento do Termo de Declaração nº 45 (Anexo XLV) e documentação correlatada (Fls. 1534 e 1538) uma vez que os fatos narrados são manifestamente atípicos, pois o eventual delito de falsidade ideológíca ("caixa-dois") (CE, art. 350), não ultrapassou a fase de cogitação", diz trecho do parecer da PGR, assinado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A informação é do site HiperNotícias, em reportagem assinada pelo repórter Pablo Rodrigues.

O ex-secretário contou que em 2014 foi procurado pelo empresário Alan Malouf, que lhe pediu para marcar uma reunião entre Taques e o então governador Silval Barbosa (PMDB). Conforme a delação, o encontro aconteceu na casa do empresário, localizada no Condomínio Japuíra, bairro Santa Rosa, em Cuiabá, sob consentimento do peemedebista. À época, Alan ocupava o cargo de coordenador financeiro da campanha de Taques.

“O declarante acompanhou Silval Barbosa até o local da reunião e quando chegaram estavam presentes apenas Alan Malouf, Pedro Taques, Silval Barbosa e o declarante; Silval Barbosa ficou reunido com Pedro Taques em uma área externa no fundo residência, enquanto isso o declarante e Alan Malouf permaneceram na sala e percorrendo cômodos da residência”, diz trecho de Nadaf.

O ex-secretário declarou que após esse encontro, Silval teria dito que “queria ajudar” Taques, que supostamente pediu R$ 10 milhões para a campanha, mas o então governador não havia se comprometido quanto ao montante.

Ainda de acordo com Nadaf, Silval ofereceu R$ 5 milhões a Taques após a vitória nas urnas, contudo o tucano teria recusado.

Neste contexto, Janot se manifestou no sentido de que os possíveis crimes não chegaram a concretizar e, portanto, não mereciam abertura de inquérito.

A reunião também foi citada por Silval em seu acordo de delação premiada. Pedro Taques, por sua vez, admite o encontro com o ex-governador para tratar de política, mas nega veementemente ter solicitado qualquer quantia.

Originalmente de RD News