Os 9 anos do projeto Social Judô Bope renderam à academia de arte marcial, três novos senseis voluntários. Essa é a primeira vez, em quase uma década de existência do Judô Bope, que alunos são consagrados à faixa preta, ou yodansha, como é conhecido na cultura japonesa, o aluno formado que não tem apenas habilidades técnica, mas uma infinidade de razões para merecer um dos mais altos graus da modalidade esportiva, entre elas a disciplina e a humildade. A troca de faixa aconteceu nesta segunda-feira (30.09).
Os 9 anos do projeto Social Judô Bope renderam à academia de arte marcial, três novos senseis voluntários. Essa é a primeira vez, em quase uma década de existência do Judô Bope, que alunos são consagrados à faixa preta, ou yodansha, como é conhecido na cultura japonesa, o aluno formado que não tem apenas habilidades técnica, mas uma infinidade de razões para merecer um dos mais altos graus da modalidade esportiva, entre elas a disciplina e a humildade. A troca de faixa aconteceu nesta segunda-feira (30.09).
Luiz Gustavo, 24 anos, acadêmico de Direito, primogênito no Judô Bope, fala com propriedade quando o assunto é a sua troca de faixa. Ele foi um dos primeiros alunos da academia. Viu crescer o projeto, embora já conhecesse outras modalidades das artes marciais. Emocionado, ele contou dos momentos difíceis em que a decisão de seguir com o judô e ainda conciliar os três dias de treinos durante a semana, as aulas na escola e ainda ter que trabalhar.
“Para mim, chegar até aqui já é um passo gigantesco. Eu abdiquei de muitas coisas para me dedicar aos treinos porque sempre fui determinado e sabia onde queria chegar. Hoje, devo essa honra de ser um faixa preta, aos meus senseis, em especial o sensei Adalberto, que sempre me incentivou a não desistir, a minha família e amigos que até hoje torcem muito por mim e torcem comigo. Meus adversários também me fizeram chegar aqui”, observou Luiz.
Foto: Verna Felski
Segundo o coordenador e um dos idealizadores do projeto, o subtenente do Bope, Adalberto Correa Junior, a consagração de um aluno é uma satisfação muito grande. Para ele, isso representa quase uma década de muito trabalho e reforça que o esporte quando bem aplicado é instrumento de doutrina e educação.
“Não é só entender de técnicas. É preciso socializar, entender de cultura, saber as técnicas e como aplicá-las. Saber evitar lesão, se recuperar e ainda continuar em frente mesmo com dores. Judô é evolução dentro e fora do tatame. E claro, o aluno precisar ter um sensei que possa graduá-lo e reconhecer sua evolução. Atrelado a isso, ainda trabalhamos o aspecto educacional. E, também a formação de bons cidadãos, pois os principais fundamentos são disciplina, coragem, hierarquia e lealdade”, pontou Adalberto.
Irmãos na vida e parceiros no tatame – Natassiia Feslky e Gabriel Felsky, unidos pela maternidade, os irmãos dividem o convívio dentro e fora do tatame. A dupla também foi consagrada com a faixa preta, responsabilidade que prometem levar para o resto de suas vidas, a exemplo dos pais, que também são judocas. No Judô Bope os irmãos Felsky já treinam há 8 anos.
Com lágrimas nos olhos, Natassiia, 19 anos, acadêmica de medicina, conta que a paixão pela modalidade esportiva falou mais alto. Para isso precisou abrir mão de muitos momentos para dedicar-se aos treinos puxados. São pelo menos 350 alunos divididos em três tatames (adolescentes, intermediário e kids), todas as segundas, quartas e sextas-feiras, das 18h30 às 20 horas. As aulas são gratuitas.
“Não tenho palavras para definir isso aqui (troca de faixa). Não é simplesmente uma faixa, não é a cor da faixa que me emociona. É olhar para um dos mais altos graus do judô e olhar para trás e lembrar todos os meus sacrifícios, dedicação, esforço e assiduidade aos treinos para conquistá-la. Quero levar para minha vida, com humildade sempre, a premissa de que todo faixa preta é o faixa branca que nunca desistiu”, observou a judoca, que agora é oficialmente sensei.
De 2010 para cá, o projeto só cresceu. Já passaram pelos tatames mais de 4 mil alunos. O Judô Bope nasceu sem grandes pretensões, mas ao longo dos anos a busca incessante por treinar com excelência seus judocas, fez de Gabriel Felsky, 16 anos, um medalhista em potencial. O acadêmico de medicina já conquistou mais de 30 medalhas, inclusive em evento internacional, o ‘US-open’, realizado em Miami, nos Estados Unidos. Além disso, o futuro médico deixa de ser aluno para dar aulas, voluntariamente, no Judô Bope.
“O caminho é longo, mas não é impossível. Amo o que faço e o judô é uma das minhas prioridades na vida. E ser consagrado faixa preta, para mim, é mais que uma honra. É resultado de tantas renúncias que já fiz. A vida é isso, feita de renúncias foco e persistência. É lutar pelo que quer”, Gabriel Felsky.
Exame de faixa – Além dos três alunos que começaram praticamente no mesmo ano que nasceu o projeto Judô Bope, em 5 de outubro de 2010, também foram consagrados mais quatros judocas adultos, voluntários da academia. No total, foram 23 candidatos de Mato Grosso se qualificaram para o certame. A avaliação teórica abordou conhecimentos sobre judô, arbitragem, teve também prova prática das técnicas do judô e kata.