14/12/2023 às 05h21

Sergio Moro é aconselhado a não declarar seu voto em Dino e promete ficar em silêncio

O site captou uma troca de mensagens do senador com uma pessoa próxima que o alerta sobre o ‘coro está comendo’ nas redes após a divulgação de imagens mostrando Moro aos risos com Dino

Política

Sergio Moro é aconselhado a não declarar seu voto em Dino e promete ficar em silêncio

Flávio Dino e Sergio Moro durante sabatina no Senado Federal Pedro França/Agência Senado

Após aparecer aos risos e abraçando o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante a sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, o senador Sergio Moro (União Brasil - PR) foi alertado por uma pessoa em conversa de WhatsApp a não expor o seu voto. O parlamentar da oposição ao governo Lula, Moro ficaria exposto se tornasse público em um eventual apoio d Flávio Dino para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O site Estadão registrou a mensagem no celular do senador Moro durante a sessão no plenário do Senado. Ele conversa com uma pessoa próxima identificada apenas como ‘Mestrão’. O contato ainda afirma ao senador que o “cora está comendo” nas redes sociais. Imagens do senador oposicionista abraçando Flávio Dino circulam na internet.

Feito o alerta, Mestrão tentou tranquilizar o senador: “fica frio que ja ja passa (sic)”. Na sequência, porém, ele orientou novamente o parlamentar: “não pode ter vídeo de você falando que votou a favor, se não isso vai ficar a vida inteira rodando”.

Na troca de mensagens com Mestrão, Moro respondeu: “Blz (beleza). Vou manter meu voto secreto, eh um instrumento de proteção contra retaliação (sic)”.

Sergio Moro não quis declarar o voto com todos os parlamentares e chegou a ironizar, durante a sabatina na CCJ, a repercussão negativa das fotos em que aparece aos risos com Dino. Na votação no plenário do Senado, a indicação de Dino para o STF teve 47 votos a favor e 31 contra.

Antes da conversa tomar o tom de alerta, Mestrão havia informado a Moro que o advogado do PT no processo em que o partido pede cassação de Moro é sócio do “DG (Diretor Geral) da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), braço direito do (Ademar) Traiano (presidente da Alep)”. O deputado estadual Traiano enfrenta uma série de denúncias de corrupção feitas pelo deputado Renato Freita (PT-PR).

Moro informou, por intermédio de sua assessoria, que a pessoa com quem conversou pelo celular “sem ter informação do voto do senador fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação”. Moro não revelou quem é “Mestrão”.