Levantamento da associação de consumidores Proteste realizado a pedido de EXAME.com identificou quais são os melhores cartões de crédito para acumular milhas. As informações são baseadas nos dados da calculadora de milhas, disponível no site da associação.
A pesquisa incluiu somente os chamados cartões co-branded, como o TAM Itaucard, Smiles Banco do Brasil, entre outros, criados por meio de uma parceria entre os programas de milhagem com os bancos. Todas as compras feitas nesses cartões são convertidas automaticamente em milhas.
O sistema de milhas é uma métrica usada pelos programas de fidelidade de companhias aéreas que equivale à distância percorrida entre duas cidades. Ou seja, se o número de milhas for suficiente para completa-la, o cliente pode resgatar uma passagem aérea para este trecho.
A pesquisa da Proteste considerou 17 cartões co-branded, mas como três cartões TudoAzul Itaucard pontuam de duas formas diferentes (na compra de passagens aéreas da Azul e em compras comuns), cada um foi listado duas vezes na pesquisa, totalizando 20 cartões.
Lançado na semana passada, o cartão Multiplus Itaucard 2.0 Black Mastercard aparece no topo da lista ao permitir o acúmulo de 2,5 pontos por dólar gasto, ao lado do TudoAzul Itaucard 2.0 Platinum Mastercard, no qual a pontuação só é válida se a compra for de passagens aéreas vendidas pela Azul. Caso compras comuns sejam feitas no cartão, a pontuação cai para 1,5 milha a cada dólar gasto.
A anuidade cobrada no Multiplus Itaucard 2.0 Black Mastercard é 1.200 reais e a renda mínima exigida é de 15 mil reais. No TudoAzul Itaucard 2.0 Platinum Mastercard, a anuidade cobrada é de 534 reais e a renda mínima exigida é de 5 mil reais.
Vantagens e desvantagens
A vantagem dos cartões co-branded em relação aos cartões tradicionais oferecidos pelos bancos é que, como as compras feitas no cartão são convertidas automaticamente em milhas, não é preciso depender das regras estipuladas pelo banco para transferir a pontuação e nem esperar alguns dias até que as milhas possam ser utilizadas.
Já entre as desvantagens dos plásticos está o valor da anuidade, que costuma ser mais cara do que a dos cartões tradicionais. Outro ponto negativo é a necessidade de ficar ligado a apenas um programa de milhagem, o que pode deixar o consumidor refém das promoções e preços praticados pela empresa.
Não à toa, esses cartões costumam ter uma taxa de conversão de pontos para milhas melhor do que os plásticos tradicionais como forma de incentivo para atrair usuários.
Além da taxa de conversão, os cartões podem ter formas de acelerar o acúmulo de pontos no programa de milhagens a qual estão relacionados, bem como descontos na compra de pontos do programa parceiro.
Renata Pedro, coordenadora do estudo da Proteste aponta que os cartões co-branded valem a pena se o usuário já costuma viajar pela empresa e, portanto, enxerga um custo-benefício nos preços praticados pela companhia aérea.
Mais pontos, menos gastos
Quanto maior a pontuação que pode ser obtida no programa de fidelidade com compras no cartão, menor é a necessidade de gastos para conseguir reunir as milhas necessárias para viajar.
Além disso, o risco de os pontos perderem a validade antes de o usuário acumular a pontuação mínima exigida pelo banco para a troca por milhas é menor.
Considerando que um dólar seja equivalente a 3,15 reais, quem tem um cartão no qual é necessário gastar 1 dólar para conseguir uma milha terá de gastar quase 4 mil reais por mês no cartão de crédito durante dois anos para obter 30 mil milhas, valor necessário para realizar a troca por passagens aéreas de ida e volta para o Nordeste a partir da cidade de São Paulo.
Se cada dólar gasto em compras for equivalente a duas milhas, o gasto mensal necessário para fazer a mesma viagem cai para 2 mil reais.
A pouco mais de um ano, quando o dólar era cotado a 2,78 reais, era mais fácil acumular milhas. Para realizar a mesma viagem, o gasto no cartão tinha de atingir 3,3 mil reais por mês em um cartão com taxa de conversão de 1 milha para cada dólar gasto e 1,6 mil reais por mês em cartões nos quais cada dólar gasto equivale a duas milhas.
Mesmo com o reajuste dos valores, Renata Pedro, da Proteste, aponta que vale a pena monitorar promoções. “Existem oportunidades atrativas para troca de milhas por passagens aéreas mesmo neste cenário”.