04/10/2017 às 21h51

Sob mira de flechas, Galli contorna crise e deve voltar a se reunir com índios vídeo

Cerca de 300 indígenas, entre homens, mulheres e crianças, participaram da reunião

Política

Sob mira de flechas, Galli contorna crise e deve voltar a se reunir com índios vídeo

Galli dialogou com firmeza e convenceu indígenas de que não pretende prejudicá-los (Foto: Reprodução / Assessoria)

Líder do PSC na Câmara, o deputado federal Victório Galli passou maus bocados ao participar de reunião para ouvir as reivindicações dos representantes das 16 etnias indígenas que vivem no Xingu, realizada em Canarana (a 837,1 km de Cuiabá), ainda na semana passada. Depois de ficar sob a mira de flechas e bordunas, o parlamentar conseguiu contornar a situação e conseguiu deixar a cidade em segurança.

Cerca de 300 indígenas, entre homens, mulheres e crianças, participaram da reunião. Galli estava acompanhado por correligionários do PSC e irmãos da igreja Assembleia de Deus, denominação onde exerce o ministério pastoral.

Durante a reunião, Galli foi acusado de ser contra os indígenas por conta das posições conversadoras do PSC no Congresso Nacional. Além disso, os índios afirmaram que o parlamentar representa os homens brancos que “tomam terras dos índios, envenenam os rios para matar os peixes e desviam o dinheiro que deveria beneficiar os povos originários”.

Ao rebater as acusações, Galli ressaltou que o atendimento às reivindicações dos povos do Xingu não são da sua alçada. Também argumentou que é “pastor, honesto e tem caráter”.

Os indígenas se ofenderam quando Galli contrapôs algumas acusações, argumentando que muitos andam de caminhonete a exemplo dos homens brancos. Disse ainda que, ao contrário do que os índios acreditam, a comida consumida nas cidades não faz mal porque sua mãe tem 86 anos e nunca foi hospitalizada.

Cerca de 300 indígenas estavam na reunião que Galli ficou na mira de flechas e bordunas

(Foto: Reprodução / Assessoria)

Quando Galli afirmou que se locomove de avião “porque não dá para viajar por Mato Grosso de jegue”, os indígenas o rodearam. Durante alguns minutos, ameaçaram agredi-lo com borduna e disparar flechadas na sua direção para matá-lo.

Galli continuou dialogando com firmeza e convenceu os indígenas de que não pretende prejudicá-los. Ao ser acusado pelo pajé de ridicularizar suas crenças, garantiu que a respeita da mesma maneira que exige que o cristianismo seja respeitado.

Após a tensão, Galli foi pintado pelos indígenas e até provou o cauim, bebida fermentada a base de mandioca e milho feita pelos xinguanos. Depois de se abraçado pelas crianças, foi embora junto com os correligionários do PSC e evangélicos com a combinação de retornar para outras conversas.