Gilberto Eglair Possamai – popular Beto Possamai, primeiro suplente da senadora eleita, juíza aposentada Selma Arruda (PSL), em entrevista exclusiva ao , nesta segunda-feira (10.12), atribuiu a culpa pela versão do suposto empréstimo de R$ 1,5 milhão a Selma, em 05 de agosto, aos advogados - e disse que Selma foi mal assessorada.
Gilberto Eglair Possamai – popular Beto Possamai, primeiro suplente da senadora eleita, juíza aposentada Selma Arruda (PSL), em entrevista exclusiva ao , nesta segunda-feira (10.12), atribuiu a culpa pela versão do suposto empréstimo de R$ 1,5 milhão a Selma, em 05 de agosto, aos advogados - e disse que Selma foi mal assessorada.
Possamai disse que foi orientação dos advogados, para que falasse que foi empréstimo. Ele, inclusive critica a orientação, alega que Selma foi mal assessora e classifica os advogados de “merreca”.
“Ele assessorou mal, já que tá gravado, isso tem gente que fica ganhando bola dos outros, advogados que pega na boa-fé, fica ganhando bola dos outros, ponto, que fique gravado isso. Foi por causa dos advogados de merreca lá, que disse que tinha que dizer que foi emprestado, porcaria, pode pegar e falar que o dinheiro foi de outra forma, pô, o dinheiro é meu, podia ter escrito assim, ponto, acabou, pô, mas os advogados de merreca”, (sic) desabafa Beto Possamai.
Ainda sobre o suposto empréstimo, Beto disse: “pede pra doutora Selma que ela te explica, de onde saiu este dinheiro aí, se ela vai ter condições de devolver ou não, você pergunta pra ela”, disse o primeiro suplente eleito na chapa de Selma Arruda.
Questionado sobre a origem do dinheiro, uma vez que não consta da declaração de bens de Beto Possamai, informada à Justiça Eleitoral, ele respondeu: “do céu ele não veio, dinheiro suado e sagrado, se você quer saber, escreve no site, que não tenho receio, sou produtor e produzo muito e tenho minha mulher que também é produtora, uma parte disso aí é dela, outra coisa, a gente tem que falar pra Justiça, mas esclarecido ai, não pra vocês que a gente não sabe pra quem está falando, que maneira que distorce a situação, que maneira que fala certo, estou esperando pra falar perante à Justiça, quero deixar tudo esclarecido isso ai. Tem tudo lugar que saiu, tem problema lá de trás que imprensa que fica distorcendo coisa, que fica com preguiça de ir atrás, e aí distorce. Se a gente conseguir pegar o poder, a gente vai pegar o WhastApp e ver tudo isso, e fazer circular extrato público, tudo, ponto”, (sic), diz Beto.
- Leia matéria relacionada:
Contrato de R$ 1,5 milhão entre Selma e Suplente, não tem registro de cartório, pode ser simulação
Ao final da entrevista, Beto reclama que se consultar seu nome no Google, vai só encontrar matérias pejorativas em relação a ele, e diz que é por preguiça da imprensa que não sai do ar condicionado para apurar informações, faz isso pelo celular.
“Se digitar meu nome no Google Gilberto Egair Possamai vai aparecer um monte de coisa negativa. Meu nome com Silval, que fui laranja de Maggi, coisa que eu declarei R$ 11,5 mil quando fui vereador, notícias distorcidas e que ninguém ligou pra consultar. Tenho liberdade pra processar a imprensa, mas não vou perder tempo com isso”, lamenta Gilberto Egair Possamai.
Declaração de bens– O que chama atenção, é que na declaração de bens, Beto Possami não informou à Justiça Eleitoral possuir em suas contas corrente, poupança ou aplicação em espécie, os valores que supostamente teriam sido emprestados à Selma Arruda. Os bens declarados à Justiça totalizam R$ 44.324.139,41milhões, contudo, em espécie informou R$ 183,878, 58 mil. Com a quebra de sigilo, e o sistema que será usado pelas instituições financeiras para informar a Justiça, pode complicar a vida da Selma e de Possamai. O sistema Simpa vai rastrear a origem do dinheiro, que pode ter sido, inclusive doado pela empresa de Beto, ou até de outras, o que contraria totalmente a legislação eleitoral. Ou seja, o cerco está fechando a possibilidade de a juíza aposentada perder o mandato está cada vez mais real.
Quebra de Sigilo - O relator da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), desembargador Pedro Sakamoto, solicitou no início do processo, para que Selma Arruda e o primeiro suplente, Beto Possamai, entregassem a movimentação bancária espontaneamente à Justiça Eleitoral. A senadora eleita entregou alguns extratos, porém nem todos, mas Possamai não atendeu à solicitação de Sakamoto - que mandou quebrar o sigilo bancário deles, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Além disso, Sakamoto ainda atendeu solicitação do MPF para que as informações sejam entregues à Justiça por meio do sistema Simba, o mesmo usado pela Polícia Federal na investigação da Lava Jato. O sistema já traz todos os links, o que facilita a checagem de dados e deve chegar ao Tribunal Regional Eleitoral, e ao MPF esta semana, uma vez que Sakamoto deu 10 dias de prazo para que os dados sejam informados.