Os grupos políticos quando assumem o poder, sempre eufóricos, estipulam uma continuidade de mais vinte anos, ou quase uma geração para determinar os rumos do Estado. Poucos chegam lá, exceto o caso de Júlio Campos. O grupo de Dante de Oliveira desmoronou antes da sua morte em 2006. Outro que não vai longe é Blairo Maggi por ter apostado no sucessor Silval Barbosa.
Os grupos políticos quando assumem o poder, sempre eufóricos, estipulam uma continuidade de mais vinte anos, ou quase uma geração para determinar os rumos do Estado. Poucos chegam lá, exceto o caso de Júlio Campos. O grupo de Dante de Oliveira desmoronou antes da sua morte em 2006. Outro que não vai longe é Blairo Maggi por ter apostado no sucessor Silval Barbosa.
Pedro Taques, governador desde 2015, já enfraqueceu seu grupo logo no começo. Hoje não conta nem com Samira Martins, sua ex-primeira-dama, ou com Aldo Locatelli, o ex-amigo mais fiel. A sua principal base de apoio, que seria o funcionalismo público, ainda o vê com desconfiança. O recente destempero do delegado Rogers Jarbas, ex-membro do seu staff, mostrou que o governador não o honrou com a lealdade.
Quando um mandatário sinaliza que seus homens mais fiéis, e que gravitavam ao seu redor, são dispensáveis, pode esperar que após o seu mandato não terá ninguém ao seu lado, nem mesmo para defender o seu legado, qualquer que seja. Falando em construção de algo para o futuro, a gestão de Pedro Taques é falha. Os decretos assinados há poucos dias, 1.365 e 1.422 mostram que o governo não comanda a máquina pública.
O decreto 1.365 é para que a SEFAZ não multe os produtores rurais que transitam com seus equipamentos agrícolas, como tratores e colheitadeiras, de uma lavoura para outra. O próprio governador não teve coragem de se impor dentro das várias carreiras que brigam na SEFAZ e preferiu publicar um decreto para acabar com a farra das multas. Isso três anos após o surgimento do problema.
Outro exemplo da falta de liderança é o decreto 1.422 que retira um dos serviços do DETRAN de uma empresa terceirizada. O serviço é apenas o arquivo de carros particulares que ainda pertencem aos bancos e que acabou gerando em 2018 a “Operação Bereré”. Curioso que o governador, que conhecia o esquema de corrupção desde 2012, precisou de duas dúzias de motivos assinar o decreto, quando precisava de apenas um.
Aliás, outro fato conhecido é que a SEGES também terceiriza serviço de arquivo de empréstimos para uma empresa exposta na “Operação Sodoma”, de 2016 ( destinada a apurar crimes cometidos pelo ex-governador Silval Barbosa). Mas até o momento não se fala em intervenção do governador nessa empresa de controle de consignados.
Mas a política costuma fazer milagres, e pode ser que nos poucos meses que resta, Pedro Taques consiga ter admiradores que lhe serão fiéis, e úteis para afastar problemas do seu caminho e o louvarem como “o melhor governador de Mato Grosso”, até porque, da formação original do secretariado, o que sobrou dá pra contar nos dedos.
Difícil será saber de onde retirar tanta gente para compor um novo grupo de apaixonados “pedro-taquistas”, após seu histórico de deslealdades, cujo maior exemplo foi mandar grampear clandestinamente seu próprio vice, Cárlos Fávaro, que esta semana foi mais um que deu seu grito de liberdade e abandonou o barco governista.
Editorial do site Muvuca Popular