O ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB, se encontraram, nesta quinta-feira (26), na sede da Justiça Federal em Brasília, para acompanhar o depoimento do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, por meio de videoconferência.
O ex-deputado Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB, se encontraram, nesta quinta-feira (26), na sede da Justiça Federal em Brasília, para acompanhar o depoimento do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, por meio de videoconferência.
O interrogatório foi feito no âmbito da Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato, que investiga esquema de pagamento de propina para liberação de recursos do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pelo banco.
Funaro foi preso quando a ação foi deflagrada, no dia 1º de julho do ano passado. Ele seria o operador de propina de Cunha. No último mês de agosto, fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O encontro entre ele e o ex-deputado foi o primeiro desde que o conteúdo da delação do doleiro foi divulgado pela imprensa, conforme o portal G1. Ao avistar Eduardo Cunha, Funaro estendeu a mão, para cumprimentá-lo, mas o ex-deputado ignorou.
Após o vazamento da colaboração premiada de Funaro, Cunha chegou a divulgar uma nota, rebatendo as acusações feitas pelo doleiro. "Repudio com veemência o conteúdo e se trata de mais uma delação sem provas que visa a corroborar outras delações também sem provas, onde o delator relata fatos que inclusive não participou, não tinha qualquer possibilidade de acesso a informações, salvo por interesse da acusação em dar credibilidade a outros delatores", disse Cunha.
Ambos devem prestar depoimento nesta sexta-feira (27). Além de ser considerado testemunha-chave em processos que envolvem Eduardo Cunha, Funaro também é peça importante nas investigações sobre os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.
Já Fábio Cleto também virou delator e disse, em depoimento aos investigadores, que o deputado cassado recebia 80% da propina arrecadada entre empresas interessadas na liberação de verbas do FI-FGTS. Além disso, afirmou ter sido indicado por ele.
"O meu currículo saiu da mão de Lúcio Funaro, que passou para Eduardo Cunha. Foi entregue, então, ao Henrique Eduardo Alves, que levou ao [ex-ministro Antonio] Palocci, que levou até o [o ex-ministro Guido] Mantega", disse.