Entre os grandes perigos para os astronautas que deixam suas naves para fazer tarefas no espaço estão a perda dos sentidos ou desorientação — algo comum para o ambiente de gravidade zero. Isso poderia deixá-los perdidos, com pouco oxigênio, à deriva e distantes de seus abrigos. O registro de uma patente, cadastrada por pesquisadores da companhia de engenharia Draper, pode garantir mais segurança para os tripulantes em breve, com um sistema de “retorno automático” no caso de emergências.
Entre os grandes perigos para os astronautas que deixam suas naves para fazer tarefas no espaço estão a perda dos sentidos ou desorientação — algo comum para o ambiente de gravidade zero. Isso poderia deixá-los perdidos, com pouco oxigênio, à deriva e distantes de seus abrigos. O registro de uma patente, cadastrada por pesquisadores da companhia de engenharia Draper, pode garantir mais segurança para os tripulantes em breve, com um sistema de “retorno automático” no caso de emergências.
“Os trajes espaciais atuais não contam com recursos de navegação automática, tudo é puramente manual. Isso representa um desafio para nossos astronautas se eles tiverem uma emergência”, diz Séamus Tuohy, Diretor de Sistemas Espaciais da Draper. Para projetar um traje espacial de auto-retorno bem-sucedido, os engenheiros tiveram que superar uma série de desafios, como a capacidade de determinar uma localização precisa em um ambiente espacial onde o GPS não está disponível. Foi necessário calcular uma trajetória de volta ideal, com dados a respeito de tempo, consumo de oxigênio, segurança e requisitos de depuração.
Além disso, é preciso levar em consideração uma maneira de orientar uma pessoa sem noção de localização — e possivelmente inconsciente — para a região segura. “Dar aos astronautas um senso de direção no espaço é difícil porque não há gravidade e não há maneira fácil de determinar o é ‘para cima’ ou ‘para baixo’”, explica Touhy.
Sistema usa sensores e propulsores a jato
O projeto pode operar propulsores a jato autônomos e oferecer direções com uma combinação de sinais visuais, auditivos e sensoriais, por meio de uma rede de sensores e um display no visor do capacete. Se algo acontecesse durante uma caminhada espacial, por exemplo, o sistema de auto-retorno poderia ser iniciado pelo próprio astronauta, por um tripulante da estação espacial ou do controle da missão.
De acordo com a patente, o traje pode ser configurados para monitorar o movimento, a aceleração e a posição relativa da pessoa perdida em relação a um objeto fixo, como uma espaçonave em órbita. Os módulos de navegação, orientação e controle também podem se adaptar a diversos cenários. Por exemplo, ele pode ser configurado com o uso de GPS, navegação assistida por visão ou um esquema rastreador de estrelas. Para melhorar o posicionamento e a orientação, a Draper desenvolveu um software que reúne informações baseadas em visão e inércia.
Isso tudo faz parte de pesquisas e de um trabalho ainda em andamento, por isso, é difícil que se torne realidade em pouco tempo. Contudo, a NASA já manifestou interesse em contribuir para melhorar o design das roupas espaciais. E mais: isso tudo poderia ser aplicado também aqui na Terra, seja para um mergulhador isolado em uma localização desconhecida ou para um bombeiro em meio a um edifício em chamas.