João Pedro Stedile, uma das principais lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), na terça-feira (15), considerou equivocada a invasão da fazenda da Embrapa em Petrolina.
Ele defendeu a autonomia dos acampamentos do movimento, afirmando que cada um tem o poder para tomar decisões, apesar de admitir possíveis exageros e erros em suas ações.
João Pedro Stedile, uma das principais lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), na terça-feira (15), considerou equivocada a invasão da fazenda da Embrapa em Petrolina.
Ele defendeu a autonomia dos acampamentos do movimento, afirmando que cada um tem o poder para tomar decisões, apesar de admitir possíveis exageros e erros em suas ações.
“Uma parcela do agronegócio ainda vai para o céu, porque eles estão se dando conta que eles podem ganhar dinheiro, podem aumentar produtividade com outras práticas. Agora, aquele agronegócio burro, que só pensa em lucro fácil, esse está com os dias contados”, declarou Stedile.
João Pedro Stedile, líder do MST, destacou uma divisão no agronegócio brasileiro. Ele elogiou a parte que apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representada pelo ministro da Agricultura Carlos Fávaro, por sua abordagem responsável e consciente. Por outro lado, criticou a Aprosoja por priorizar lucro sobre o meio ambiente. Stedile observou que uma parte do agronegócio está migrando para uma abordagem de agricultura regenerativa, mais sustentável. Em sua visão o atual presidente tem tentado melhorar a relação com o setor, que teve um relacionamento conturbado durante sua campanha.
O presidente Lula anunciou um Plano Safra de R$ 364,22 bilhões para o setor agropecuário, o que foi elogiado por parte do setor. No entanto, declarações controversas de Lula têm causado tensões com os produtores rurais. João Pedro Stedile, do MST, acompanhado do advogado Roberto Podval, afirmou que o MST apoiará o governo Lula para proteger sua gestão contra seus “inimigos”, incluindo o Banco Central, o capital financeiro e o latifúndio improdutivo que invade áreas indígenas e quilombolas.
Stedile destacou a importância da autonomia dos movimentos em relação ao Estado, governos e partidos políticos, mesmo que tenham representação política. Seu depoimento ocorre durante um período em que a CPI do MST enfrenta ameaças de encerramento, resultado do enfraquecimento promovido pelo governo e por Arthur Lira. O presidente da Câmara impediu a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, na semana passada.
João Pedro Stedile foi alvo de três requerimentos aprovados na CPI do MST, incluindo um do deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que visava a obter esclarecimentos sobre as práticas do movimento e possíveis violações legais relacionadas às invasões de terra. Stedile, em entrevista em maio, antecipou sua convocação e indicou que usaria a oportunidade para denunciar questões como invasões em terras indígenas, trabalho escravo, ocupações de terras quilombolas e o uso excessivo de agrotóxicos.
“Mas, de consequência real, não terá nada, porque nós não cometemos crime nenhum, não há fato (para ser investigado)”, disse na época.