O príncipe do Brasil e deputado federal pelo PSL, Luiz Philippe de Orléans e Bragança, postou hoje (22/3) na conta dele no Twitter um alerta em tom de denúncia da política de bastidores:
“A velha política quer fazer o que a velha política faz: trocas. Não votar o pacote anticorrupção do Moro e acabar com a Lava Jato em troca de votos para a reforma da previdência (sem garantias, diga-se de passagem)… que as prisões continuem.”
Durante recente transmissão ao vivo na internet, o General Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, procurou demonstrar a importância da reforma da Previdência, sem a qual o Brasil simplesmente entrará em uma crise. Heleno apelou à mídia que faça um “exame de consciência“.
A pesquisa divulgada pela XP Investimentos este mês de março, revelou que 64% da população brasileira é favorável à reforma e a considera uma necessidade.
O que isto tem a dizer?
Que obviamente, o Governo tem apoio popular na reforma, embora não seja maciço. A questão é que a maior parte da população a considera necessária.
Do outro lado…
Uma briga de foice acontece em Brasília. A Lava Jato pegou o ex-presidente Temer e o ex-ministro Moreira Franco num esquema de corrupção que já criava teia de aranha e mofo: 40 anos de propina que somaram R$ 1.8 bilhão, segundo o MPF.
Moreira Franco é sogro de Rodrigo Maia.
Rodrigo Maia é presidente da Câmara dos Deputados.
Na Câmara, tramita a reforma da Previdência, que é promessa de campanha de Bolsonaro.
Na semana do aniversário da Lava Jato, uma derrota: por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que crimes conexos ao caixa 2 vão para a Justiça Eleitoral. Um alívio para os políticos acusados de corrupção.
Bolsonaro, no Chile ontem(21/3), comentando a prisão de Temer também deu o recado dele: “O que levou a essa situação, parece, foram os acordos políticos em nome da governabilidade, mas a governabilidade você não faz com esse tipo de acordo. No meu entender, você faz chamando pessoas sérias e competentes para integrar o seu governo, como eu fiz“. Pelo discurso, ele não pretende negociar cargos.
Maia disse que cabe ao Bolsonaro e seus auxiliares conseguirem os 308 votos necessários à aprovação da reforma.
Líderes partidários também decidiram de repente, não ligar para a reforma. De repente, após a prisões.
O Planalto apelou para que fosse escolhido um relator para a emenda da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O deputado paranaense Felipe Francischini (PSL), resolveu ontem adiar a escolha. O que atrasará a reforma. Coincidência.
O príncipe diz que a velha política quer fazer trocas.
Vão ligando os pontos vocês aí.