Sete meses depois de anunciar que iria se desfazer de parte de seus negócios para reduzir dívidas, a JBS finalizou na quarta, com a venda de parte da Five Rivers nos Estados Unidos, seu programa de vendas com receitas abaixo do previsto.
Sete meses depois de anunciar que iria se desfazer de parte de seus negócios para reduzir dívidas, a JBS finalizou na quarta, com a venda de parte da Five Rivers nos Estados Unidos, seu programa de vendas com receitas abaixo do previsto.
Os quatro ativos vendidos pela companhia, que é controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, renderão R$ 4,8 bilhões à empresa de alimentos. O valor corresponde ao que de fato entrará no caixa da JBS. O montante ficou aquém dos R$ 6 bilhões definidos como meta pela empresa ao anunciar em junho do ano passado seu "programa de desinvestimentos" - jargão do mercado para venda de empresas e negócios. A JBS não quis comentar os números.
Quase 70% dos R$ 4,8 bilhões levantados vieram de "dentro" da JBS. É que a companhia de alimentos britânica Moy Park foi vendida para a Pilgrim?s Pride, companhia americana também controlada pela JBS. Na operação, a empresa nos Estados Unidos assumiu dívidas da Moy Park e pagou R$ 3,250 bilhões (pelo câmbio da época) a sua controladora. Para isso, pegou empréstimos no mercado - dívida que também passou a ser de sua dona, a JBS.
Com o negócio, a companhia dos Batistas conseguiu alongar sua dívida (colocou no caixa um bom dinheiro em troca de financiamentos de longo prazo e mais baratos) e pôde manter a Moy Park no portfólio.
A JBS levantou ainda R$ 786 milhões com a venda de sua fatia na companhia de lácteos Vigor e R$ 780 milhões com a venda das operações de confinamento da Five Rivers no Canadá e nos Estados Unidos. A empresa afirma que, com isso, encerrou as vendas no mercado.
O movimento foi reação à crise desencadeada pela delação dos irmãos Batistas. Com a revelação dos crimes praticados pelos empresários, os bancos restringiram o crédito à companhia, que tinha dívida líquida de mais de R$ 50 bilhões (diferença entre o que deve na praça e o que tem em caixa). Era um valor visto como elevado pelo mercado, já que correspondia a 4,16 sua geração de caixa.
Ao fim de setembro, último resultado divulgado, a dívida líquida recuara para R$ 45,5 bilhões e a alavancagem baixara para 3,42 (dívida/EBTIDA).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.