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16/01/2017 às 12h01

Juíza não descarta disputar cargo eletivo; opção seria Legislativo

Selma Arruda entende que poderia contribuir com o aperfeiçoamento da legislação penal
Política
Juíza não descarta disputar cargo eletivo; opção seria Legislativo
Marcus Mesquita/MidiaNews
Selma Arruda entende que poderia contribuir com o aperfeiçoamento da legislação penal

A juíza da Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, afirmou nesta segunda-feira (15) que não descarta a possibilidade de disputar um cargo eletivo futuramente.
 
Ela disse, inclusive, que, caso isso ocorra, sua preferência seria por um cargo no Poder Legislativo, que lhe permitiria contribuir para o aperfeiçoamento da legislação penal.
 
“Sempre mantive o mesmo discurso e sempre tenho em relação a isso o mesmo pensamento. Se resolver que vou me aposentar, eu não descarto a hipótese de tentar alguma coisa vida política, não porque eu esteja pensando nisso agora, mas porque qualquer cidadão tem o direito de pensar nisso”, disse a magistrada em entrevista à Rádio Capital FM.
“Se eu fosse pensar nisso, eu pensaria numa carreira que me possibilitasse melhorar o processo penal, melhorar essa realidade em que vivo e que tem muitos percalços com relação a se conseguir resultados no processo penal”, afirmou.
 
Segundo ela, as pessoas costumam reclamar que a Justiça não funciona, mas não sabem o motivo.
 
“Só quem está aqui dentro é que sabe o dia-a-dia, o que falta, o que falha, Então, seria nesse sentido que me proporia a trabalhar. Tenho a impressão que eu poderia ser útil nesse sentido”, disse ela.
 
A magistrada, contudo, afirma que uma eventual candidatura não está no topo de suas prioridades.
 
“Não há nada definido. Minha primeira resposta é não. Digo que não descarto porque penso que toda pessoa, todo cidadão tem esse direito. E, se eu dia eu mudar de ideia e resolver me candidatar, não quero que digam que sou mentirosa ou que eu já agia pensando nisso”, afirmou.
 
“Ao contrário, minha função, minha missão, meu foco, em primeiro lugar é no meu trabalho. Depois, uma vida boa de aposentada, viajando, aproveitando a vida. Se não for uma dessas duas hipóteses, quem sabe advogar e lá, depois, pode ser algo nesse sentido da vida pública”, completou.
 
Família pede aposentadoria
 
Ainda durante a entrevista, a juíza Selma Arruda afirmou que, pelos seus cálculos, ela já pode se aposentar a partir de agosto deste ano.
 
A aposentadoria, segundo a magistrada, é um pedido de familiares e amigos.
“Quando tirei esses dias de folga, agora no recesso, fui muito aconselhada tanto pela família quanto pelos amigos a aposentar logo que eu tiver tempo suficiente, porque é desgaste muito grande, um desgaste pessoal e familiar esse tipo de encargo”, disse.
 
Ela, contudo, afirmou que ainda não tem nenhuma definição em relação ao assunto.
 
A juíza afirmou, inclusive, que acha interessante, antes de deixar a Magistratura, sentenciar os processos que estão sob sua responsabilidade, como os relacionados às operações Sodoma, Rêmora, Imperador, por exemplo, que investigam esquemas de desvio de dinheiro público.
 
“Há dias em que estou bem apta a fazer isso [aposentar] e deixar que um colega mais novo, com mais gás, assuma aqui a função. Em outros dias eu penso que devo, pelo menos, concluir as investigações, esses processos que foram iniciados por mim, até em respeito aos réus, às testemunhas, às provas que foram produzidas”, afirmou.
 
“O certo é que ainda não decidi nada a respeito. Ainda estou na corda bamba. Estou em dúvida porque tem um trabalho grande a ser desenvolvido aqui, tenho ainda bastante energia, não sei se me adaptaria a vida de aposentada”, concluiu.